Superar fobias: o medo das baratas

Dissecaremos as características da fobia a baratas: de que modo a fobia é alimentada pelas nossas ações e qual o seu tratamento mais eficaz.

26 OUT 2018 · Leitura: min.
Superar fobias: o medo das baratas

O medo é uma reação instintiva e natural, crucial para a nossa sobrevivência. No entanto, quando o alvo do nosso medo é sucessivamente evitado, este pode converter-se em terror ou fobia. Quando alguém sente fobia de um animal ou objeto, isso traduz-se num sentimento exagerado de medo e aversão, desencadeando um nível de alarme muito elevado e uma reação física extrema e desproporcional em relação ao perigo real que esse objeto representa. As fobias têm o poder de restringir o nosso comportamento e são doenças psicológicas que conseguem paralisar-nos quando confrontados com o elemento temido.

O medo de baratas

Uma fobia tende a acompanhar uma pessoa durante toda a sua vida. Contudo, o tratamento psicológico é muito eficaz na superação de fobias. No caso particular da fobia a baratas é aconselhável a duração de dois meses de tratamento e é habitual ser bem-sucedido.

É antes do verão que as pessoas com fobia a baratas mostram sinais de transtorno, começando a organizar a sua vida para evitar o contacto com inseto temido a todo o custo. Os comportamentos típicos de uma pessoa que sofre desta fobia são, por exemplo: contratar um exterminador antes do verão como prevenção, encher a casa de sprays e armadilhas, afastar a cama das paredes e garantir que a roupa de cama nunca toca no chão, evitar estar ao ar livre ou em esplanadas quando cai a noite, momento em que qualquer movimento ou mancha no chão pode ser imediatamente confundido com baratas. Estão permanentemente a perscrutar o chão e as paredes e quando veem uma barata é provável terem uma reação exacerbada.

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O tratamento da fobia

O tratamento psicológico tem como objetivos diminuir o nível de alerta na presença de uma barata e reduzir as sensações negativas, conseguindo, deste modo, suprimir os comportamento repetidos e reiterados que transformam as baratas num objeto fóbico.

As fases do tratamento serão as seguintes

  • Conhecer o inimigo Faremos um estudo das características das baratas : espécies, origem, morfologia, importância, reprodução, etc, como se tratasse de uma investigação científica. É importante a concentração em factos e evitar fotografias, vídeos ou contacto direto com baratas que nesta fase inicial podem ser muito difíceis para o paciente
  • Dominar o medo Ao mesmo tempo que se realiza este estudo sobre baratas, tentaremos domar o nosso medo, através da técnica da pior fantasia e a sua evolução, o que equivale a aprender a aumentar o medo para assim anulá-lo. É fundamental a continuação da prática em casa para que seja uma ferramenta pragmática e real num contexto em que pode aparecer uma barata
  • Medir os limites Testar a distância a que uma pessoa se pode aproximar de uma barata sem sentir medo e observar como esses limites se modificam à medida que o tratamento avança.
  • Alertar para possíveis recaídasExplicar à pessoa que acabou de superar a sua fobia os comportamentos antigos repetidos podem provocar uma reincidência e voltarão a alimentar a fobia.

Durante o tratamento observaremos a diminuição da sensação de perigo diante de uma barata, isso traduz-se numa sensação de tranquilidade que transformará o paciente num ser humano mais livre e mais confiante.

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Bibliografia

Baptista, Américo; Carvalho, Marina; Lory, Fátima: O Medo, a Ansiedade e as Suas Perturbações: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492005000100013

American Psychiatric Association, Distinguishing Between Phobias: https://www.apa.org/monitor/julaug05/distinguishing

Rivero, Francisco; Herrero, Manuel; Viña Conrado; Álvarez-Pérez, Yolanda; Peñate Wenceslao, Neuroimaging in Cockroach Phobia: An Experimental Study: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1697260017300376

Mental Health America, Phobias: https://www.mhanational.org/conditions/phobias

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