O que é o burnout?
O burnout é uma síndrome relacionada ao desgaste profissional, onde o indivíduo se encontra em uma situação de exaustão emocional, além do sentimento de falta de realização pessoal e despersonalização. É um dos problemas mais comuns que afetam os ambientes de trabalho, porém pouco conhecido pela maioria das pessoas.
Pode ser considerado como uma consequência de períodos prolongados de tensão no ambiente de trabalho, bem como situações crónicas de stress laboral.
Uma pessoa com burnout apresenta um estado emocional de extremo cansaço e falta de ânimo, como consequência direta do seu dia-a-dia laboral. O indivíduo perde a capacidade de enfrentar as pressões e exigências provenientes de seu cargo ou especialidade de trabalho. Com isso, sua produtividade é cada vez menor e trabalhador o se sente permanentemente cansado.
Quais são as causas da síndrome de burnout?
As causas da síndrome de burnout estão diretamente associadas ao extremo empenho que o indivíduo tem com o seu trabalho, muitas vezes em ambientes laborais de grande pressão. Também é muito comum em pessoas com jornadas laborais exaustivas, de várias horas ao dia, sem períodos de folga e sem descansos adequados. Estar o tempo todo com o pensamento conectado ao trabalho é uma das principais causas do burnout.
O esgotamento é consequência de uma pressão que o indivíduo coloca sobre si mesmo, podendo essa pressão ser resultado de alguma tensão externa ou não. Isso não significa que todo indivíduo que seja submetido a este tipo de pressão sofrerá de burnout. Algumas pessoas possuem determinados aspectos de personalidade que propiciam o aparecimento do burnout e potencializam o desenvolvimento dessa síndrome.
Efetuar uma grande quantidade de horas extras, estar sempre recebendo ordens e sobretudo ter que cumprir prazos que muitas vezes parecem impossíveis, são algumas dessas tensões que o trabalhador enfrenta diariamente. As atividades de alta complexidade, os cargos que implicam uma maior responsabilidade e nível de stress por parte do trabalhador, assim como as áreas que realizam funções em contacto contínuo com pessoas, podem ser considerados como os mais suscetíveis ao burnout.
O burnout também pode ser causado pelo fato do trabalhador desempenhar algum tipo de função que não deseja ou não se sente realizado profissionalmente, bem como executar atividades que acha desagradáveis, repetitivas ou monótonas, ou que vão contra seus princípios.
Ser avaliado injustamente, não ter o trabalho reconhecido ou se sentir injustiçado no ambiente laboral também pode contribuir para essa síndrome. Estar submetido a um superior que abuse de seu poder, atue com falta de respeito ou com assédio moral para com seus subordinados, também podem causar situações de frustração e desânimo, causando o burnout.
Por outro lado, também está ligado à falta ou precariedade de outras atividades fora do ambiente de trabalho, momentos relaxantes e alegres, que serviriam de compensação ou reparação para esse desgaste laboral. Contribui também para o quadro de burnout a falta de tempo ou vontade para exercer atividades que visem o bem-estar e cuidado com o corpo, o que poderia diminuir o sentimento de stress e resgatar o equilíbrio emocional. Ainda existe o fato de dormir muito pouco e a má alimentação.
Alguns estudos mostram que as pessoas mais afetadas por este tipo de síndrome são aquelas que não contam com o apoio adequado de cônjuges, família e amigos. Também é mais comum em mulheres.
Quais são os sintomas da síndrome de burnout?
Os sintomas da síndrome de burnout estão ligados aos aspectos afetivos, cognitivos, físicos e comportamentais. Também estão relacionados à personalidade de cada indivíduo, podendo se manifestar de maneira distinta em cada pessoa. O sintoma que se apresenta de maneira mais rápida é o esgotamento e a falta de energia acentuada. Outros sintomas são:
- desapego e desânimo para ir trabalhar
- sentimento de falta de realização pessoal e impotência
- baixa eficácia no trabalho, até mesmo para tarefas simples
- agressividade e irritabilidade
- mudanças repentinas de humor
- desregulação dos períodos de sono, com dormência ou insónia
- sentimento de tristeza e de que nada está suficientemente bom ou bem realizado
- não conseguir desconectar os pensamentos do trabalho
- dificuldade de concentração
- perda de memória
- desequilíbrio emocional
- incapacidade de lidar com o stress ou novas situações
- baixa autoconfiança no trabalho
- dores de cabeça e nas costas, falta de ar, palpitações, bem como problemas gastrointestinais e hipertensão arterial
- falta de apetite e emagrecimento rápido
- isolamento social e familiar, assim como apatia diante da vida
Quais são os tipos de burnout?
Os tipos de burnout estão relacionados mais diretamente ao comportamento de cada pessoa frente à essa síndrome. Podem ser classificados de maneira geral em dois tipos:
- burnout passivo: é caracterizado por uma atitude derrotista e irredutível diante do seu sofrimento. O indivíduo não se sente capaz de realizar uma mudança ou adaptação à situação que está vivendo. O mais comum nesse tipo de burnout é que a pessoa aja com apatia e se afaste de outras que lhe causam stress ou discordem de seus sentimentos. Também evitam se expor a situações desagradáveis ou de tensão. Neste tipo de burnout, a pessoa normalmente possui diversos tipos de conflitos psicossociais internos.
- burnout ativo: em contrapartida, no burnout ativo, o indivíduo possui uma certa resistência, mas está muito mais suscetível à uma mudança comportamental para melhor se adaptar à situação que vive, com uma atitude mais assertiva. Neste tipo de burnout, as pessoas que sofrem da síndrome apresentam maior flexibilidade, são mais amistosas, sabem ouvir e se comunicar de maneira adequada. Também possuem um melhor equilíbrio e controle emocional.
Quais são as consequências da síndrome de burnout?
As consequências da síndrome de burnout são geralmente decorrentes do extremo nível de stress sofrido pelas pessoas que apresentam este tipo de problema. O sono fica extremamente comprometido, ocasionando a insónia e impedindo o corpo de descansar adequadamente.
Esse cansaço contínuo provoca níveis altos de irritabilidade, desequilíbrio emocional, perturbações de humor, dificuldades de concentração e raciocínio, afetando a capacidade de discernimento, levando a um estado de confusão mental e de propensão a pensamentos negativos.
Também podem ser percebidas outras sequelas que impactam a saúde física, como dores de cabeça contínuas, falta de ar e também o desenvolvimento de distúrbios gastrointestinais. Também possui uma estreita relação com problemas cardíacos e outras doenças graves como o diabetes.
O burnout pode vir acompanhamento de outras perturbações comportamentais, como depressão e ansiedade. A pessoa também pode vir a sofrer de ataques de pânico, desencadeados pela ansiedade em altos níveis. Algumas pessoas com burnout começam a desenvolver hábitos tóxicos e também o absenteísmo, que é a ausência no ambiente de trabalho, seja por faltas ou atrasos contínuos.
Esta síndrome pode levar a condutas destrutivas e de riscos psicossociais, aumentando a ocorrência de conflitos tanto no âmbito familiar como laboral. O consumo abusivo do café e medicamentos pode aumentar os problemas de sono. Em alguns casos, recorre-se ao uso de substâncias aditivas, como drogas e álcool, com a intenção de minimizar a pressão sofrida no ambiente laboral e se o problema não for devidamente tratado, pode evoluir para um caso de dependência química.
Em situações extremas de burnout, há o risco de suicídio, quando a síndrome vem acompanhada de outros tipos de patologias ou perturbações. Como no caso de uma grave depressão, que levaria o indivíduo a perder as esperanças em seu futuro. A ajuda de um profissional de saúde é extremamente importante neste processo.
Como ajudar a uma pessoa que sofre com a síndrome de burnout?
Para ajudar uma pessoa que sofre com a síndrome de burnout, deve-se ter em conta de que a exaustão profissional vem da falta de descanso mental, ou seja, da impossibilidade de se desconectar do trabalho.
Para isso, é possível auxiliá-la com simples medidas, como propor a realização de outras atividades fora do ambiente de trabalho, para que o indivíduo saia do modo de hipervigilância e concentração ao qual está acostumado e que causou o esgotamento.
Essas atividades deverão proporcionar o relaxamento e bem-estar que a pessoa que sofre com a síndrome necessita.
É preciso ajudar na busca de um tempo para o ócio, para descansar, se divertir e ter um equilíbrio na vida. Além disso, também são recomendadas sessões de meditação e exercícios que vão colaborar para a saúde mental. Fortalecer o ciclo social e buscar hábitos saudáveis de alimentação também são aspectos importantes para uma mudança de comportamento, com uma postura mais positiva para poder superar a síndrome de burnout.
Quem pode ajudar-te?
Um psicólogo especializado pode te ajudar a enfrentar a síndrome de burnout. A intervenção rápida e eficaz pode ser um fator determinante para superar com mais facilidade o problema e recuperar a qualidade de vida e bem-estar. A psicoterapia é muito importante para que o indivíduo possa entender os motivos que o levaram à síndrome de burnout.
Para pessoas que estão sofrendo problemas de insónia decorrentes do burnout, o profissional poderá indicar técnicas de respiração e de relaxamento muscular, que ajudarão a normalizar os ciclos de sono. Também ajudará a desenvolver estratégias para estabelecer limites ao trabalho excessivo, para lidar com situações de stress, melhorar as relações laborais e saber se desconectar das preocupações quando não está trabalhando.
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