Ecrãs antes dos 6 anos? Não, obrigado!

Desde que nascem, as crianças de agora estão expostas à tecnologia e a um ambiente digital. No entanto, é de evitar um contacto excessivo com os dispositivos com ecrãs na primeira infância.

26 NOV 2018 · Leitura: min.
Ecrãs antes dos 6 anos? Não, obrigado!

É cada vez mais frequente ver crianças a brincar com os seus tablets ou com os telemóveis dos seus pais. No entanto, apesar de poder ser uma forma simples e eficaz de conter as ações dos miúdos, uma exposição desmesurada à tecnologia pode ter várias implicações nefastas.

Dificuldade de concentração

A associação de tarefas quotidianas, como comer ou vestir-se, ao uso destes dispositivos pode levar a que a criança tenha dificuldade em concentrar-se por si só e não consiga exigir de si mesma o esforço necessário para levar a cabo estas tarefas.

De facto, pouco a pouco, começa a associar o esforço que é preciso a uma distração externa que se pode obter recorrendo a um dispositivo eletrónico. Com o passar do tempo, qualquer tarefa mais exigente vai ter de ser “mascarada” com uma distração digital.

E a socialização?

Outro risco relevante que pode advir do uso excessivo de dispositivos digitais é a falta de capacidade (e disponibilidade) de socializar. Ou seja, as crianças muitas vezes encontram-se mas continuam cada uma no seu mundo, isoladas das demais ou, em última análise, a jogar jogos em rede.

O contacto cara a cara, com toda a riqueza que implica, é desvalorizado e preterido em relação a uma atividade que pode dar à criança uma gratificação quase imediata. Competências relacionadas com a empatia (a capacidade de se colocar no lugar do outro), com habilidades sociais e até de comunicação podem ver-se ameaçadas perante a falta de estimulação.

pantallasninos.jpg

Estimulação constante

A estimulação constante que se obtém através do uso destes dispositivos não permite ao cérebro da criança ter um descanso efetivo e reparador. A criança que brinca com um tablet está constantemente a ser iluminada pelo ecrã, a receber estímulos visuais de fotos e vídeos, a ter de assimilar novos conteúdos. Muitas vezes o seu uso até à hora de adormecer faz com que o sono seja mais agitado e não cumpra completamente o seu objetivo.

Reação de adição

Por ser algo que permite à criança ter uma gratificação quase imediata, o uso de dispositivos tecnológicos chega a ser aditivo. Este facto pode ser fonte de discussões e de mal-estar familiar quando a criança é impedida de brincar com o tablet ou com o telefone.

Além destes motivos, outros, associados ao desgaste ocular causado pela exposição excessiva a este tipo de tecnologia, tornam os ecrãs objetos a evitar em idades precoces.

Você quer seguir lendo?

Muito fácil! Acesso gratuito a todos os conteúdos da nossa plataforma com artigos escritos por profissionais da psicologia

Ao continuar com o Google, aceita as nossas Condições de uso e Política de Protecção de Dados.


PUBLICIDADE

Psicólogos
Escrito por

MundoPsicologos.pt

Consulte os nossos melhores especialistas em

Bibliografia

Maureen E. O'Brien, Maureen; B. Wegner, Carole, Rearing the Child Who Is Technology Dependent: Perceptions of Parents and Home Care Nurses: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1744-6155.2002.tb00143.x 

Melanie Pinola, How and When to Limit Kids' Tech Use: https://www.nytimes.com/guides/smarterliving/family-technology

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico; What We Know About Children And Technology: https://www.oecd.org/education/ceri/Booklet-21st-century-children.pdf

Deixe o seu comentário

PUBLICIDADE

últimos artigos sobre problemas e transtornos

PUBLICIDADE