Podemos ajudar a aumentar a autoestima das crianças?

As crianças são muito mais perspicazes do que muitas vezes se pensa: conseguem intuir melhor do que ninguém o estado de espírito de outra pessoa e, estando ávidas de aprendizagens, também facilmente imitam os seus modelos ao mesmo tempo que constroem a sua própria personalidade.

É fundamental que uma criança consiga encontrar e manter o seu equilíbrio emocional, o que vai desenvolvendo especialmente no seio da família inicialmente e, mais tarde, completará ao relacionar-se em sociedade, quer seja na escola, quer em atividades lúdicas ou em qualquer outro tipo de situação.

Estar integrada num meio onde há espaço para a autoanálise, para a autocrítica, para a troca de experiências e emoções, ajuda a criança a desenvolver o seu autoconceito e, com ele, a sua autoestima. Enquanto adultos, como poderemos ajudar a criança a desenvolver a sua autoestima?

Amor incondicional

Mostrar à criança que, embora se possa às vezes enervar, ralhar, contrariar, nada disso diminui o amor que sente por ela. Sentir-se amado é o primeiro passo para uma criança se amar a si mesma.

No discurso, pode demostra-lo quando, em vez de chamar a atenção da criança pondo o foco nela mesma, deixar que seja a ação o centro das atenções (por exemplo, em vez de “és um birrento”, dizer antes “não gosto de birras”).

Momentos exclusivos

Implementar momentos de exclusividade com o seu filho vai fazê-lo além de muito feliz, sentir-se importante. Momentos em que possa expor as suas ideias sem medos, em que sinta que tem toda a sua concentração nele vai ajudá-lo a apreciar a atenção e, com o tempo, a valorizar a sua própria companhia.

Impor limites

Quando a criança sabe até onde pode ir tem uma melhor consciência do seu mundo e do que pode ou não fazer. Esta estratégia ajuda a bar balizas à criança para o seu comportamento e, deste modo, ter mais confiança naquilo que faz. Responsabilizar-se pelos seus atos também incrementa a autoestima e a confiança nas suas ações.

Dar a escolher

Quando uma criança tem de escolher aprende, ao mesmo tempo, a fazer opções e a medir os pratos da balança. Crianças mais pequenas podem escolher entre duas roupas, ou duas comidas. Com o passar do tempo as áreas e o leque de opões pode ir alargando ao mesmo tempo que a criança se sente cada vez mais ponderada e segura nas suas escolhas.

A errar também se aprende

Deixe os seus filhos errarem. Aprende-se a lidar com a frustração bem mais cedo do que se pensa. Saber corrigir um erro ensina a criança a não temer errar, a saber que na sua vida poderá minimizar os seus erros e, sobretudo, a saber que nem sempre o que faz estar certo, não ficando assim afetada por contratempos menores.

6.  …e a brincar também!

Brincar é a melhor ferramenta que uma criança pode ter: é um verdadeiro tubo de ensaio da vida. Durante uma brincadeira aprendem-se papéis, estudam-se situações, preveem-se sucessos, fracassos, e comunica-se tudo isto. Brincadeiras interessantes ajudam a criança a apreciar-se cada vez mais.

7. Comemorar as metas alcançadas

Não se trata de estar constantemente a elogiar o seu filho mas sim comemorar o que deve ser comemorado. Quando a criança sente que está a ser recompensada por um esforço que fez e que teve um bom resultado tem vontade de continuar a evoluir, sente que consegue fazer as coisas bem.

8. Falar de emoções

Das boas e das menos boas: falar sobre emoções, do que se sente em cada situação, verbalizar alegrias, medos, frustrações e sucessos ajuda a criança a conhecer-se melhor e ao mundo que a rodeia. Contenha as emoções menos boas, ajude-a a lidar com a zanga, com a raiva e com a frustração, explicando que são todas formas de sentir e que podem ser faladas.

9. Comparações à parte

Evite comparar a criança com outras da sua idade, conhecidas ou não. Não vale a pena incentivar a concorrência entre crianças, especialmente quando se quer demonstrar o amor incondicional.

10.   Dar o exemplo

Em último mas não menos importante é o exemplo que os adultos dão: ensinar uma criança a respeitar-se, a ter confiança em si mesma, a enfrentar os seus receios tem por ponto de partida demonstrar-lhe isso mesmo através das ações de todos os dias.

Nos casos em que notar uma excessiva falta de autoestima não deixe de contactar um especialista.

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