O que é e como se identifica a dependência emocional?

Quando uma relação se torna desigual e um dos elos depende constantemente da aprovação da outra pessoa para todas as suas atividades podemos estar perante um problema sério.

26 NOV 2018 · Leitura: min.
O que é e como se identifica a dependência emocional?

Numa relação é natural que se estabeleçam laços de entreajuda e de interdependência. No entanto, quando a relação se torna desigual e um dos elos depende da outra pessoa para todas as suas atividades podemos estar perante um problema sério.

Em qualquer relação, existem momentos em que um dos elementos tem um papel mais preponderante do que outro, seja na tomada de algumas decisões, seja na realização de determinadas atividades, ou até na definição da própria relação. E é natural e saudável que assim aconteça, sempre que a figura que tem mais relevo vá alternando entre os elementos da relação. Trata-se de uma dança de poder onde o equilíbrio é a chave-mestra de uma relação enriquecedora para ambas as partes.

Quando, por outro lado, há um lado que se anula, omitindo as suas opiniões, preferências, desejos e gostos em detrimento do outro com o objetivo de, assim, ser amado e evitar a todo o custo uma situação de abandono, podemos estar perante uma dependência emocional patológica.

O que caracteriza um dependente emocional?

A dependência emocional não é sempre tão extrema ou fácil de reconhecer como pode parecer à primeira vista, sendo que existem um conjunto de sinais que pode ser relevante para a sua identificação. Entre eles podemos encontrar:

  • Falta de autoestima: é um dos pontos fulcrais da dependência emocional. O sentimento de que não se é suficiente é o que, à partida, leva a pessoa a sentir necessidade da aprovação e apoio de outra para se sentir segura das suas ações. Sendo assim, é comum sentir uma grande dificuldade em tomar decisões.
  • Necessidade de agradar: mesmo que tal signifique não satisfazer os próprios desejos. A dependência emocional caracteriza-se pela anulação dos próprios desejos tendo em vista agradar a outra pessoa. O sentimento de responsabilidade pelo bem-estar do outro leva a que a pessoa não seja capaz de estabelecer limites na relação, sujeitando-se a todo o tipo de situações para agradar.

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  • Medo do abandono: o pavor da solidão ou da perda desta relação especial, embora tóxica, é o maior medo do dependente emocional. Por isso tem de se assegurar constantemente que tudo está bem. Da mesma forma, realizar atividades sem a companhia do outro parece ser completamente impossível e, até, gerar desconforto.
  • Perda de vínculos sociais: como o centro da vida passa a ser o outro elemento da relação, a pessoa tende a isolar-se e a descuidar outros laços afetivos, sociais e familiares.
  • Idealização: a pessoa dependente emocionalmente tende a idealizar o outro, como sendo alguém superior. O outro lado desta moeda é uma submissão que pode gerar na outra pessoa um sentimento de poder que acaba por perpetuar este tipo de relação.

No caso de se identificar com estas características, será aconselhável consultar um acompanhamento profissional. Centrar-se nos próprios desejos, expressá-los e satisfazê-los de uma maneira apropriada é o primeiro passo para a libertação de uma dependência emocional e construção de relações equilibradas e saudáveis.

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F. Koob, George, The Dark Side Of Emotion: The Addiction Perspective: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4380644/

Congost, Silvia, Amar Não É Depender: Guia Para Superar a Dependência Emocional; Editora Oniro (2013).

Riso, Walter, Amar ou Depender; Editora Lua de Papel (2007).  

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